quarta-feira, agosto 17, 2005

Ahop!! Historinhas para ninar!

Bem pessoal, como a falta de fazer me atingiu nessa noite, aí vai mais uma historinha pra quem quiser completar.
Malaquias e o Reino Encantado da Cerveja
Malaquias. Ele odiava aquele nome. Tudo bem que seus pais eram evangélicos ferrenhos, mas ele não era! Se eles colocassem um nome bíblico mais simples (Tiago, Pedro, Lucas etc) já estaria de bom tamanho. Mas que nada! O filho caçula da família Lopes foi premiado com aquela belezura de nome: Malaquias. Seus irmãos até que foram batizados com nomes comuns: Salomão, o mais velho, e Débora, a do meio. Resumindo, ele se achava literalmente um injustiçado!

Os apelidos sempre o incomodaram na infância mas, fazer o quê? Até hoje, com 23 anos nas costas, ele era o velho “Mala”. Preferia esse ao “Quizinho”, pelo qual era chamado pela família. Achava diminutivos infantis demais para homens barbados. “Qui” já estava de ótimo tamanho. Era assim que sua última namorada o chamava e, mesmo quatro anos depois do fim do relacionamento, ainda sentia saudades daquela boca o chamando pelo doce monossílabo. Qui.

Colocando traumas de lado, Malaquias tinha um cotidiano insosso. Formado em administração numa faculdade de um município vizinho, nunca teve a oportunidade de morar sozinho. Cursou os quatro anos da Academia voltando todos os dias para a casa dos pais. Colou grau e ainda vivia lá. Trabalhava seis dias da semana na loja de móveis que o avô deixara para família.

Tinha amigos, saia nas sextas e sábados, bebia, passava mal e vomitava como qualquer pessoa normal. Odiava os babacas que colocavam fotos sem camisa no profile do Orkut, achou “O Chamado 2” um filme besta pra caralho, e era fã dos Los Hermanos (daí o porquê da barba).

Naquela noite, depois de ficar até as onze e meia conversando com uma amiga no MSN (morena, gostosíssima, mas que namorava um pateta numa cidade distante) resolveu tentar dormir. No dia seguinte teria que fechar o balanço do mês na loja, seria uma segunda-feira daquelas! Ligou a TV, programou para que ela desligasse em 30 minutos, e começou a se deleitar com o filme: “O Grande Dragão Branco II”. Foi quando adormeceu, e teve o sonho mais insano de toda sua mísera existência.

quarta-feira, agosto 10, 2005

Guardem as coroas de flores e as cervejas, eu não morri!!!

E ae povo!!! Tô meio sumido, mas é que ando com menos tempo que funerária depois da Tsunami e com menos assunto que um ermitão cego, surdo e tetraplégico. Só pra que não tenham o gostinho de pensarem que eu morri, vou continuar o texto que o Joel iniciou como “Historinhas para ninar - Parte II” e que eu dou o sub-título (pelo menos na minha parte) de Cine pipoca mexicano.

Beto pediu para que a pessoa do outro lado da linha se identificasse, e se identificou, ao contrário das diversas possibilidades bizarras que imaginou, se tratava de Astrogildo, diretor-geral da empresa onde trabalhava. Beto apenas o conhecia de vista e também pela fama que adquiriu ao longo do 26 anos de carreira dentro da mesma empresa, mais que a própria idade de Beto. Quando mencionavam Astrogildo nas conversas, dentro e fora do escritório sempre acompanhavam dois comentários: sendo um sobre sua eficiência e outro sobre sua extrema exigência em relação aos subordinados.

Lembrando-se da fama de Astrogildo, Beto engoliu seco, ele devia ser no mínimo chefe do chefe do seu chefe, imaginou que havia algum problema, e realmente havia! A instalação da rede da empresa, realizada por Beto semanas antes, tinha um grave erro e por causa deste erro muitos dados da empresa se perderam durante as transmissões, este defeito foi observado naquela tarde pelos plantonistas da empresa e Astrogildo exigia uma solução até o início do expediente de segunda feira.

Neste momento apenas um pensamento veio a cabeça de Beto: “Putz, fudeu, tenho 36 horas pra consertar uma cagada que nem sei qual é! To na merda!!!” O pensamento de Beto porém foi interrompido brutalmente pela voz quase robótica de seu superior: “Pegue a chave com o Juca, o porteiro, já mandei o endereço dele para seu e-mail... (pausa sepulcral) se você não conseguir resolver esse problema, espero, pelo seu bem, que você tenha outro emprego em vista”.

Beto ficou ainda alguns segundos sem ação, com o tom de ocupado tocando no celular ainda em seu ouvido, os amigos fizeram brincadeiras como: “Ih, pela sua cara, o Chacrinha morreu...” Porém Beto, é claro, não achava graça respondeu apenas dizendo: “Tenho que ir, preciso resolver uma coisa...”. Beto deixou uma nota de vinte na mesa para pagar sua parte e saiu correndo do bar ainda meio desnorteado, quase foi atropelado duas vezes na mesma rua enquanto atravessava, não acreditava que aquilo acontecia com ele.

Chegou em casa ainda perdido, esqueceu a porta aberta, ligou o computador e foi abrir seu e-mail. Só acertou a senha na segunda tentativa, imprimiu rápido o endereço de Juca e saiu mais uma vez. Chegou em menos de dez minutos na casa do porteiro, não acreditava Q tinha ido tão rápido, pareceu uma eternidade, verificou seu relógio para conferir se não tinha parado, estava funcionando... Quando apertou a campainha se surpreendeu quando foi atendido, aquele loira bem fornida com aqueles olhos, só poderia ser uma pessoa: Marianna!

Volto a qualquer momento ou nunca mais!!!

domingo, agosto 07, 2005

Ahop!! Historinhas para ninar - Parte II

A merda do celular!!
O dia era um desses sábados normais. Digamos, até clichê. Sol, tarde quente, com todos os botequins lotados, para a alegria dos vendedores de churrasquinhos. Tudo como sempre manda o figurino do Universo, se não fosse o mau humor dele. Isso sim, não tinha nenhuma explicação....

Ele era bem sucedido. Pelo menos para sua idade. Vinte e quatro anos, ascendência nipônica, Beto trabalhava no CPD de uma empresa de médio porte. Ganhava o suficiente para se sustentar e mais um pocado, que ele guardava religiosamente na popança; seu sonho comprar era um carro. Um Mazda.

Roberto Nishuzi: esse era o nome que constava todos os dias úteis no ponto eletrônico da empresa. Mas ele estava triste. Aliás, estava mal humorado. Melhor definindo: estava de saco cheio de ser iludido; algo entre o triste, mal humorado, estressado, sozinho e puto. Puto com Marianna. Uma loira que ele conheceu no dia anterior. A piranha não havia ligado! Sim, ela era uma piranha.

Na sexta-feira, Beto havia ido com um amigo em uma boate. Lá, conhecera Marianna. Corpo meio descompensado: dos quadris pra cima loira, linda, mas um pouco pra baixo meio gorda. Com um par de olhos desgraçadamente atraentes: azuis. Apesar de seus dotes atrativos, ele só a conheceu por uma feliz e providencial coincidência. O amigo de Beto, Juninho, ficou com Larissa, uma amiga de Marianna.

Enquanto o novo casal formado se encontrava “tortamente” em um dos cantos obscuros e maravilhosos da boate, Beto e Marianna conversavam próximo ao bar. Falavam de música, trabalho, sexo e preferências futebolísticas. Se beijaram, mas somente no final da noite, quando as luzes se ascenderam. Ele passou seu telefone para ela, mas não anotou o da loira. Normalmente ele faria isso, mas justamente naquela noite Beto deixou o celular em casa carregando.

No dia seguinte, a espera pela ligação. Uns amigos de trabalho passaram em sua casa e o chamaram para passar o final de tarde num barzinho da cidade. Aceitou, mesmo estando de ressaca. Uma hora sentado no bar: risadas e sorrisos na mesa, e somente o mau humor de Beto esfriando o ambiente. Nisso, toca o celular dele. Um número desconhecido. Do outro lado da linha, uma voz..... Masculina.....