quarta-feira, agosto 10, 2005

Guardem as coroas de flores e as cervejas, eu não morri!!!

E ae povo!!! Tô meio sumido, mas é que ando com menos tempo que funerária depois da Tsunami e com menos assunto que um ermitão cego, surdo e tetraplégico. Só pra que não tenham o gostinho de pensarem que eu morri, vou continuar o texto que o Joel iniciou como “Historinhas para ninar - Parte II” e que eu dou o sub-título (pelo menos na minha parte) de Cine pipoca mexicano.

Beto pediu para que a pessoa do outro lado da linha se identificasse, e se identificou, ao contrário das diversas possibilidades bizarras que imaginou, se tratava de Astrogildo, diretor-geral da empresa onde trabalhava. Beto apenas o conhecia de vista e também pela fama que adquiriu ao longo do 26 anos de carreira dentro da mesma empresa, mais que a própria idade de Beto. Quando mencionavam Astrogildo nas conversas, dentro e fora do escritório sempre acompanhavam dois comentários: sendo um sobre sua eficiência e outro sobre sua extrema exigência em relação aos subordinados.

Lembrando-se da fama de Astrogildo, Beto engoliu seco, ele devia ser no mínimo chefe do chefe do seu chefe, imaginou que havia algum problema, e realmente havia! A instalação da rede da empresa, realizada por Beto semanas antes, tinha um grave erro e por causa deste erro muitos dados da empresa se perderam durante as transmissões, este defeito foi observado naquela tarde pelos plantonistas da empresa e Astrogildo exigia uma solução até o início do expediente de segunda feira.

Neste momento apenas um pensamento veio a cabeça de Beto: “Putz, fudeu, tenho 36 horas pra consertar uma cagada que nem sei qual é! To na merda!!!” O pensamento de Beto porém foi interrompido brutalmente pela voz quase robótica de seu superior: “Pegue a chave com o Juca, o porteiro, já mandei o endereço dele para seu e-mail... (pausa sepulcral) se você não conseguir resolver esse problema, espero, pelo seu bem, que você tenha outro emprego em vista”.

Beto ficou ainda alguns segundos sem ação, com o tom de ocupado tocando no celular ainda em seu ouvido, os amigos fizeram brincadeiras como: “Ih, pela sua cara, o Chacrinha morreu...” Porém Beto, é claro, não achava graça respondeu apenas dizendo: “Tenho que ir, preciso resolver uma coisa...”. Beto deixou uma nota de vinte na mesa para pagar sua parte e saiu correndo do bar ainda meio desnorteado, quase foi atropelado duas vezes na mesma rua enquanto atravessava, não acreditava que aquilo acontecia com ele.

Chegou em casa ainda perdido, esqueceu a porta aberta, ligou o computador e foi abrir seu e-mail. Só acertou a senha na segunda tentativa, imprimiu rápido o endereço de Juca e saiu mais uma vez. Chegou em menos de dez minutos na casa do porteiro, não acreditava Q tinha ido tão rápido, pareceu uma eternidade, verificou seu relógio para conferir se não tinha parado, estava funcionando... Quando apertou a campainha se surpreendeu quando foi atendido, aquele loira bem fornida com aqueles olhos, só poderia ser uma pessoa: Marianna!

Volto a qualquer momento ou nunca mais!!!