sábado, fevereiro 26, 2005

O primeiro post agente não esquece....

Boa tarde, galera...
Tô eu aqui postando pela primeira vez no blog... demorou, mas consegui. heheheh
Noite de sexta-feira, sem nada pra fazer, fui ao cinema assitir Alexandre pra conferir se as críticas negativas sobre o filme tinham algum sentido ou não. Eu gostei, apesar de acha-lo longo demais (02:50hr), mas ele consegue contar a história do cara de uma forma bem interessante, ela é contada por um dos seus generais e mostra sua trajetória desde os 5 ou 6 anos até sua morte, quase aos 33. Angelina Jolie está mais bonita do que nunca como Olimpia.
Pois é, o filme acabou e fui para uma praça quese vazia, o jeito era irmos para a Oxigênio, no Leilão dos Bichos, o Joel e o Léo foram comigo... a festa estava muito boa, a primeira festa em que vou aqui na quaresma. A boate tava lotada, a banda era boa, e a chuva manteve o pessoal lá dentro por um bom tempo. Valeu a noite.

Uma piadinha...

Tarzan x Jane

Devido à inocência de Tarzan, que viveu sozinho durante muito tempo, Jane lhe deu aulas sobre sexualidade.
Ela tratava de explicar-lhe tudo como se fosse uma criança:
- Olha Tarzan, isso que tens aí entre as tuas pernas pendurado é uma roupa suja e isso que tenho aqui entre as minhas pernas é máquina de lavar. O que tu tens que fazer é pegar a tua roupa colocar aqui na lavadora e lavá-la.
As 5 noites seguintes Tarzan lavou sua roupa sem parar e quando Jane conseguiu respirar disse:
- Escuta Tarzan, as lavagens de roupa não podem ser tão frequentes porque a máquina de lavar pode quebrar, bem como, a sua roupa ficar ficar gasta.
Sugiro que esperes dois ou tres dias para de novo lavares tua roupa.
Ao ouvir isso Tarzan ficou decepcionado e depois de ficar 1 mês sem colocar a roupa pra lavar, Jane lhe disse:
- Tarzan, o que está acontecendo?
Porque já há mais d e mês nã o lavas mais tua roupa na minha lavadora?
Ao que Tarzan respondeu:
- Tarzan aprendeu a lavar na mão!!!

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Grande moçada!

Ano novo, blog novo, a mesma animação de sempre. Agora com um tempo mais definido pra todos colocarem uma porcaria nessa nossa tribuna virtual, o problema agora é decidir o que escrever. Eu bem que poderia falar da chuva que ameaça cair agora, da última rodada do futebol pelo Brasil, até algumas notícias pelo mundo. Pra variar, eu também poderia falar mal de alguém (sempre com alguma razão - ou até mesmo falar sobre a razão em si). Mesmo assim, falar sobre alguma coisa sempre é mais difícil quando se tem vontade de falar sobre várias coisas ao mesmo tempo, e nenhuma disposição pra escrever nada.

Agora, só pra passar algumas notícias, aí vai:

  • Barbada no BBB 5, a tal da Miss já levou;

  • Anotem aí, o Grêmio será penta na Copa do Brasil;

  • Placebo vai tocar aqui em Campinas dia 26 de abril;

  • Quando vão calçar as Sandálias da Humildade na Cicarelli?;

  • Até que enfim saiu o DVD do Los Hermanos (não, eu ainda não vi)...


  • Ah, e visitem a comunidade em "homenagem" ao nosso novo Presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti.

    Já que esse post é só pra manter a prensa rodando, assim que alguma coisa nova aparecer alguém aparece por aqui. E vamo que vamo...

    quarta-feira, fevereiro 23, 2005

    Estamos sendo invadidos!!!

    E ae povo, em meu primeiro brado na nova sede de nossa tribuna gostaria de noticiar uma invasão que se dá de modo quase imperceptível, que esconde atrás de uma máscara inocente, e que de tão banal nem reconhecemos, se você pensou que era a lavagem cerebral da mídia... errou!!!
    ESTAMOS SENDO INVADIDOS!!! e não digo isto figurativamente, é uma invasão alienígena e, pasmem, oveículo desta invasão são as canetas bic. Tá eu sou louco sim, mas essa foi brincadeira (pensou que fosse sério né!?!) e não vou dar o devido crédito às mentes que inventaram (ou descobriram, sei lá) este mirabolante plano, eu vagando pelo orkut topei com a comunidade sob o título de: "Canetas BIC - Sondas Aliens" e com a seguiinte descrição:
    "Canetas BIC são sondas alienígenas! Voce deve saber por que uma marca de caneta que nem faz propaganda é tão popular! Comunidade para discutir sobre o assunto e para relatar sobre fatos estranhos ocorridos com esse estranho objeto."
    Devaneios a parte, a comunidade vale a pena, quem (for cadastrado no orkut e) quiser conferir o endereço é: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=117040 o forum é diversão garantida.
    Aproveitando, passo ainda o endereço de um sítio anunciado na própria comunidade com animações onde os protagonistas são muito parecidos com o bonequinho da caneta bic, amistosamente chamados de BICanos pelos participantes da comunidade.
    O endereço é: http://www.lodger.tv e as animações são de excelente qualidade e de um humor muito interessante, eu recomendo!

    E é isso... volto a qualquer momento ou nunca mais... (o seu chavão continua o mesmo, mas o endereço do seu blog... alguém se lembra dessa propaganda??? exumei, ahahaha)

    terça-feira, fevereiro 22, 2005

    Conseguiiiiiiiiiii!!!!!!

    Olá meus colegas de trabalho, oiieee!!!!! Depois de três dias tentando postar o meu 1º post... finalmente ele aapareceu no blogger.
    Só que tem um detalhe: coloquei um "vou" a mais em umas da frase do post...
    E é só hj....
    Falow!!!!

    domingo, fevereiro 20, 2005

    Diz aíííííííííí´, diaba pôde!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    E aí moçada,blz???? Ano novo,vida nova, blog novo... Para a galera que gosta de ler as "grandes notícias" de nosso blogger, este blog tem algumas novidades ( entre elas o boneco que caracteriza o Kelsen parece que quer me matar!!!!! rsrsrsrsrs....) Mas uma coisa não muda, o compromisso com a verdade....
    Bem, no primeiro post gostaria de vou postar um e-mail que recebi da minha querida namorada Marissa ( Obs: algumas vezes a gente tem que puxar o saco senão... apanha em casa!!!!! rsrsrsrs...), que fala sobre o uso de "certas" drogas. Para quem ler, por favor fazer uma reflexão sobre o texto abaixo.
    No mais, fico por aqui podendo voltar a qualquer momento...
    Falow!!!


    SOBRE DROGAS


    Depoimento emocionado de Luiz Fernando Veríssimo sobre sua experiência com as Drogas.

    “Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de experimenta, depois quando você quiser é só parar..." e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", da terra, que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do Chitãozinho e Xororó e em seguida um do Leandro e Leonardo. Achei legal, uma coisa bem brasileira; Mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "amigo" e acabei comprando pela primeira vez.
    Lembro que cheguei na loja e pedi:
    - Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano.
    Era o princípio de tudo!
    Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé.
    Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... Banda Eva, Cheiro de Amor, Netinho, etc. Com o tempo, meu amigo foi me oferecendo coisas piores: o Tchan , Companhia do Pagode e muito mais.
    Após o uso contínuo, eu já não queria saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer os quadris como eu nunca havia mexido antes.
    Então, meu amigo me deu o que eu queria, um CD do Harmonia do Samba. Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, razão do meu existir. Pensava só nessa parte do corpo, respirava por ela, vivia por ela!
    Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais... Comecei a freqüentar o submundo e correr atrás das paradas.
    Foi a partir daí que começou a minha decadência.
    Fui ao show e ao encontro dos grupos Karametade e Só Pra Contrariar, e até comprei a Caras que tinha o Rodriguinho na capa.
    Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro. Meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo Não deu outra: entrei para um grupo de pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma música que não dizia nada, eu e mais outros 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorríamos e fazíamos sinais combinados.
    Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a Coletânea "As melhores do Molejo". Foi terrível!! Eu já não pensava mais!!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas miseráveis e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada.
    Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, ao limiar da condição humana, quando comecei a escutar popozudas, bondes, tigres, MC Serginho, Lacraias, motinhas e tapinhas.
    Comecei a ter delírio e a dizer coisas sem sentido e quando saía à noite para as festas, pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos.
    Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas que queriam me mostrar o caminho das pedras...
    Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: Ki-Kokolexo.
    Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de MPB, Bossa-Nova, Rock Progressivo e Blues. Mas o médico falou que eu talvez tenha de recorrer ao Jazz, e até mesmo a Mozart, Beethoven e Bach.
    Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam a visão para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável, distante. Vai perder as referências e definhar mentalmente.
    Em vez de encher a cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte:
    Não ligue a TV no domingo à tarde;
    Não escute nada que venha de Goiânia ou do interior de São Paulo;
    Não entre em carros com adesivos "Fui.....";
    Se te oferecerem um CD, procure saber se o indivíduo foi ao programa da Hebe e ou ao Domingo Legal do Gugu; mulheres gritando histericamente são outro indício; não compre um CD que tenha mais de 6 pessoas na capa; não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados; Não compre nenhum CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no Brasil, e não escute nada em que o autor não consiga uma concordância verbal mínima.
    A vida é bela!!!! Eu sei que você consegue!!! Diga não às drogas!!


    Luiz Fernando Veríssimo

    quinta-feira, fevereiro 17, 2005

    Teste de concentração

    O teste abaixo é aplicado em caráter eliminatório nos mais reconhecidos centros de ensino e pesquisa de ciências exatas, tais como ITA e MIT.

    Apenas os aprovados recebem o diploma.








    terça-feira, fevereiro 15, 2005

    Ahop!! Vortemo!!

       Salve, salve! Depois de algumas reformas na casa, aqui estamos novamente pra encher o saco de todos! Pra comemorar os dois anos de nossa mísera existência, resolvemos dar um tapa na casa e reformar a tribuna virtual mais mala da nossa metrópole-presépio. Como diz a frase lá em cima, o que mudou mesmo foi a casa, por que o resto continua a mesma desgraça. A única diferença (que promete ser uma grande diferença) é que dessa vez pretendemos manter uma regularidade nos posts, ou seja, a cada dois dias vai ter algo novo por aqui. No mais, sintam-se em casa! Vai começar a baixaria!



    Roubada no Apê do Latino


       Temos que admitir: é uma música grudenta. Daquelas chicletonas mesmo, também conhecidas como vermes de ouvido. Você fica parado no ponto de ônibus, na fila do supermercado e acaba ouvindo sem querer aquele cara perto de você, todo feliz, cantando: hoje é festa lá no meu apêêêêê/ pode apareceeeer/, vai rolar bunda-lê-lê. Depois disso não adianta, o estrago já foi feito. É contar uns dois minutos, e você mesmo vai estar cantando. Daí, passam umas cinco horas, você senta pra ler uma revista e continua com o raio da melodia da cabeça. Fica com raiva, liga o rádio pra se descontaminar, e lá toca a bendita música denovo. Parece um fenômeno, uma conspiração, com certeza alguma coisa do Bush.

       Essa música tem bem a cara do Latino, afinal de contas, quem não se lembra de outros sucessos que impregnaram nossas vidas há alguns anos. Só pra não baixar o nível de vez, vou citar dois hits fantásticos:

    1 - Ó baby, me leeeva / Me leva que eu te quero, me leeeva. / Me leva que o futuro nos espeeera./ Você é tudo que eu sempre quis.

    2 Tchururururururú / Jogou teu charme em mim / Tchururururururú / Não resisti, tô afim / Tchururururururú / Mexeu com meu coração / Tchururururururú/ Como é gostosa a paixããoooooo.

       Realmente o homem é foda! Quando quer fazer um sonzinho pra pegar na cabeça do povão ele consegue. Isso porque eu ainda nem lembrei das outras músicas que ele fez pra Kelly Key, que também nos atormentaram um pocado. Mas voltando ao tema central, essa música em especial, Festa no apê, tem algo diferente das outras. Todas as antigas falavam de amor, de entrega, devoção a mulher amada etc. Nessa última, o cara mostrou seu lado mais "cafa" de ser, tudo num clima de bagunça, putaria, completamente diferente (e na minha opinião, bem mais divertido) das coisas melosas de antigamente. Essa letra possui todo um enredo, uma descrição de fatos que chega até a nos propor um exercício de imaginação. Afinal de contas, como seria uma festa no apê do Latino?

       Para descobrir isso, nada melhor do que acompanhar a letra. Na primeira estrofe, já rola todo um convite malandro do nosso anfitrião. Hoje é festa lá no meu apê / Pode aparecer / Vai rolar bunda-le-le / Hoje é festa lá no meu apê / Tem birita até o amanhecer. O negócio é bem enfático. Você tá na praia, de boa, tomando uma cervejinha e trocando idéia com o pessoal sobre o que fazer logo mais a noite. Nisso, chega um tipo magrelo, com um bigodinho cretino e uma jaqueta preta de couro (não sei porque, mas sempre que me falam do Latino, me vem na cabeça a imagem daquele "Latininho", que foi no Faustão há uns 10 anos atrás). O cara entra de bicão na conversa e joga o convite usando artifícios que convencem facilmente qualquer cara que não tem muito o que fazer: vai ter uma festa, com putaria e bebida pra caralho. Na falta de opções, o jeito é topar, mesmo já imaginando que o nível da galera nessa festa pode não ser lá essas coisas. Isso pode se prever pelo próprio nível do anfitrião, né.

       Convite aceito, o jeito é encarar a baladinha. O apê deve ser desses que ficam escondidos no final de um bairro meio quebrada. No mínimo, uma hora de carro até achar o lugar. Chegando lá, um predinho meia-boca, com uns 5 andares no máximo. Sem porteiro, é claro. No máximo rola um interfone, mas como o portão do prédio só tá enconstado, você já chega entrando numa boa. O apê é na cobertura, coisa chique. O lugar é longe pra diabo, escondido e mal localizado, o prédio é antigo, sem porteiro, mas alguma coisa tem que ser fina!

       Depois de encarar um elevador meio furreca, daqueles que param de soquinhos no andar desejado, as portas se abrem e... tchanannn. Tá lá o magrelo! Ainda de jaqueta de couro (sóque em vez de preta é vermelha, tipo as do Michael Jackson) e bigodinho, o cara é todo simpático. Chega aí / Pode entrar / Quem tá aqui, tá em casa.

       Feita a recepção, a galera vai entrando aos poucos no recinto. O grupo que veio com você é misto, uns 3 homens e 2 mulheres. Dentro da festa, um pessoal meio esquisitão dançando, enchendo a lata. E mal vocês entraram, o Latino já chega todo malandrinho pra uma das meninas do grupo, pegando na mão, dando beijinho e falando naquele tom vagabundo: Olá, Prazer! / A noite (huum) é nossa. / Garçom, por favor, venha aqui e sirva bem a visita.

       Essa parte do garçom é muito boa! Primeiro porque é um xavequinho muito do sem-vergonha e barato. O cara pra mostrar que é fodão, cheio da grana e elitizado, ele chega dando ordens e chamando um garçom pra servir exclusivamente a mulher pleiteada da noite. Horrível! Segundo porque garçom em festas, pelo menos pra mim, só existe em festa de formatura, casamento, ou então numa recepção de um nível no mínimo aceitável. Nunca numa festa, dentro de um apartamento quebradeira, onde vai rolar bunda-lê-lê! De certo esse garçom deve ser aquele borracheiro que mora na vizinhança e é chegado do Latino. O cara tá na pindaíba, meio sem grana pra comprar as fraldas da sua quarta filhinha, e o camarada músico resolveu dar uma força arrumando um bico de garçom pro amigo. Coisa linda de Deus!!

       Depois de inseridos no ambiente, o pessoal já dá sinais de querer se entrosar com os outros convidados, tomar uns gorós e dançar um pouco. Nessa parte as bebidas são essenciais, pois as vezes é um pouco difícil dançar "Tati Quebra-barraco", o cd que tá bombando na festa, sem um estímulo alcólico. E o anfitrião novamente é simpático, falando de dentro da cozinha do apê, tentando animar as visitas: Tá Bom / Tá é Bom / Aqui ninguém fica só / Entra aí e toma um drink / Porquê a noite é uma criança.

       Estimulados pelo magrelo de bigodinho a galera entra na cozinha e vai fuçar algo pra beber. Como já é de praxe, todos procuram logo os destilados, já que o efeito desejado é atingido num espaço de tempo mais curto. Não achando a bendita garrafa, você vê o garçom lá na sala, tropeçando numa mesinha de telefone e quase derrubando a bandeja no chão. Chama o homem (Ôôôô campeão! Ôô chefe! Chegaí!) e solta a pergunta:

       - Camarada, você tem algum destilado pra galera?
       - Opa, na hora!, responde o garçom, abrindo um sorriso.

       O cara vira as costas, abre uma prateleira na cozinha, na parte de baixo, perto do fogão, e tira de lá, todo orgulhoso, uma garrafa de..... Cynar!!

       - Então colega, de destilado só tem isso....- afirma cidadão, todo feliz com a garrafa meio avermelhada na mão- O único problema é que acabou o gelo, e tem que esperar fazer mais. Agora se vocês quiserem cerveja, tá ali no isopor. - conclui o garçom, ao ver a feição não muito animada das visitas diante do destilado.

       O jeito então é afogar a cara numa cerva mesmo. Você se aproxima do isopor azul-claro desbotado, com a tampa toda raspada num canto, abre a caixa mágica e se depara com.....Nova Schin! Puutz, a cerveja não é uma Bohemia, mas pelo menos dá par distrair e passar um pouco o tempo. Os copos plásticos são distribuídos pra galera (um amigo corajoso pede um copo a mais, pra encarar o Cynar também), você tira a garrafa de dentro da água (o gelo derreteu há cerca de duas horas) e na hora de servir, só tem espuma no copo. A cerveja tá quente. Apesar da água estar um pouco geladinha, acabaram de colocar mais uma caixa de cerveja no isopor e a menor temperatura que ela iria atingir seria aquela. Nos primeiro goles até dá pra enganar, mas antes da metade do copo a cerveja já se transforma naquele líquido leitoso quente, uma desgraça!

       Até agora a configuração da festa tava bem delicada. Mas ainda sim, o seu pessoal entrou um pouco no clima e já arriscava uns passinhos de funk no carpete da sala. Vendo que as visitas estavam se animando e curtindo a baladinha, o indivíduo do bigodinho chega novamente no seu ar mais cafajeste. A vítima é ainda aquela sua amiga, que foi assediada na entrada do apê. Já um pouco alterado pela bebida, o magrelo aproveita a meia luz, pasa a mão no cabelo da moça e sussurra no ouvido dela algumas palavras insinuantes: Tesão, Sedução. / Líbido no ar / No meu quarto tem gente até fazendo orgia. É poesia pura!

       Apesar do forte apelo sensual, nosso anfitrião é ignorado como se fosse um poste e suas intenções mais profundas e carnais foram por água abaixo. Pelo menos por enquanto, afinal de contas, ele é o Latino! Não se sentindo abatido pelo primeiro corte, ele chega perto dos homens da sua turma e esbanja moral. Ele éo dono da festa, o fodão, o papa- anjo! E pra mostrar que pode, fala todo cheio de si: Tá Bom / Tá é Bom / Tudo é festa / Pegação / Vou zoar o mulherio e a chapa vai esquentar.

       Após essas palavras proféticas, lá vai nosso herói de jaqueta de couro vermelha se misturar ao pessoal que dança na varanda do apê. É um verdadeiro caçador. Passa-se meia hora, você tá louco pra ir embora, mas tem que esperar seu amigo (aquele que encarou o Cynar com cerveja quente) parar de se esfregar com uma baranga ao lado da geladeira. Terminado o serviço do "aprendiz de São Jorge", o pessoal se junta e cai fora da festa, mesmo sob os apelos do chapadásso Latino, que de dentro do apê vê vocês esperando o elevador. Numa última tentativa, ele solta os berros: Chega aí / Pode entrar / Quem tá aqui táem casa / Chega aí / Pode entrar / Quem tá aqui tá em casa.

       Já é tarde demais, as visitas se foram. Dentro do carro, no caminho de volta, você coloca no rádio e ouve uma música que não é muito estranha: vrei sa pleci dar nu ma, nu ma, iei / Nu ma, nu ma iei / Nu ma, nu ma, nu ma iei. Nisso você se arrepende de ter ligado o rádio do carro, já que se lembra que essa é uma música grudenta pra caralho, dessas chicletonas mesmo...