domingo, agosto 07, 2005

Ahop!! Historinhas para ninar - Parte II

A merda do celular!!
O dia era um desses sábados normais. Digamos, até clichê. Sol, tarde quente, com todos os botequins lotados, para a alegria dos vendedores de churrasquinhos. Tudo como sempre manda o figurino do Universo, se não fosse o mau humor dele. Isso sim, não tinha nenhuma explicação....

Ele era bem sucedido. Pelo menos para sua idade. Vinte e quatro anos, ascendência nipônica, Beto trabalhava no CPD de uma empresa de médio porte. Ganhava o suficiente para se sustentar e mais um pocado, que ele guardava religiosamente na popança; seu sonho comprar era um carro. Um Mazda.

Roberto Nishuzi: esse era o nome que constava todos os dias úteis no ponto eletrônico da empresa. Mas ele estava triste. Aliás, estava mal humorado. Melhor definindo: estava de saco cheio de ser iludido; algo entre o triste, mal humorado, estressado, sozinho e puto. Puto com Marianna. Uma loira que ele conheceu no dia anterior. A piranha não havia ligado! Sim, ela era uma piranha.

Na sexta-feira, Beto havia ido com um amigo em uma boate. Lá, conhecera Marianna. Corpo meio descompensado: dos quadris pra cima loira, linda, mas um pouco pra baixo meio gorda. Com um par de olhos desgraçadamente atraentes: azuis. Apesar de seus dotes atrativos, ele só a conheceu por uma feliz e providencial coincidência. O amigo de Beto, Juninho, ficou com Larissa, uma amiga de Marianna.

Enquanto o novo casal formado se encontrava “tortamente” em um dos cantos obscuros e maravilhosos da boate, Beto e Marianna conversavam próximo ao bar. Falavam de música, trabalho, sexo e preferências futebolísticas. Se beijaram, mas somente no final da noite, quando as luzes se ascenderam. Ele passou seu telefone para ela, mas não anotou o da loira. Normalmente ele faria isso, mas justamente naquela noite Beto deixou o celular em casa carregando.

No dia seguinte, a espera pela ligação. Uns amigos de trabalho passaram em sua casa e o chamaram para passar o final de tarde num barzinho da cidade. Aceitou, mesmo estando de ressaca. Uma hora sentado no bar: risadas e sorrisos na mesa, e somente o mau humor de Beto esfriando o ambiente. Nisso, toca o celular dele. Um número desconhecido. Do outro lado da linha, uma voz..... Masculina.....