quinta-feira, outubro 25, 2007

Velho assunto novo

E ae povo!!!

Na falta do que dizer, vou falar daquilo que todo mundo tem falado, o filme Tropa de Elite.

Pois é, quem me conhece sabe o quanto eu gosto de assuntos militares em geral. Armas de fogo, histórias de guerras, ações policiais e etc. são assuntos que me animam pra conversar com qualquer pessoa, (desde que não seja comunista, hahaha). Pois bem, eu me lembro de uma passagem em que um muitíssimo estimado colega de faculdade, grande parceiro de discussões sobre tais assuntos, talvez por ser uma das poucas pessoas que conheço que compartilha desse interesse por militaria, e, portanto, não se aborrece com o debate. Naquela ocasião ele me contava a respeito de um livro com título de “A Elite da Tropa”, que versava sobre o Batalhão de Operações Policiais Especiais – BOPE, e durante a conversa mencionou que havia um projeto de adaptação do livro para uma obra cinematográfica. Na época não dei muita importância por imaginar que seria um projeto distante, e de pouca repercussão. É desnecessário dizer que eu estava enganado. Poucos meses depois, esse mesmo colega me avisa que o filme estava pronto e “disponível” na Internet. Claro que baixei na mesma noite, hahaha.

E claro também que achei o filme excelente, phodástico mesmo, aliás, ver polícia esfolando bandido sempre me deixa comovido, com vontade de aplaudir e gritar “bravo!”. Não vou comentar artisticamente o filme aqui, porque meu caro amigo Joel já o fez com maestria, apenas exprimo um comentário impossível de reter, sobre a interpretação de Wagner Moura. Seu personagem, Capitão Nascimento tem tanta presença que foi rapidamente elevado ao status de divindade na Desciclopédia, feito conquistado em tão curto tempo (pelo que me recordo) apenas por Leônidas, do Filme 300.

Certo, tudo ótimo até então. Eis que numa bela tarde de sábado, eu, desajuizado que sou, começo a ler a Folha Machadense. No editorial uma colcha de retalhos, feita a partir de fragmentos do texto de um comunista desocupado, que entre outras atrocidades disse que chamar o Tropa de Elite de arte pura é papo furado; que não descarta a hipótese de ter sido o filme “encomendado” por setores conservadores da sociedade; além da pérola: “O vazamento escancarado das cópias piratas talvez seja, além de uma estratégia de marketing, parte de uma campanha ideológica. A pirataria é a única maneira de o filme ser visto pelos que não podem pagar os caros ingressos dos cinemas”. Vi-me obrigado a buscar na Internet o texto na íntegra, e descobri que o autor, Ivan Pinheiro, era realmente um comunista alienado (oh, que surpresa). Ao iniciar essa crônica eu objetivava rebater a verborréia do imbecil vermelho com um parágrafo, após ler toda a obra (no sentido de “obrar”) do referido comuna, passei a cogitar a hipótese de escrever uma crônica só para isso. Ah, adivinhem onde encontrei o texto? No site do PCB (oh, que surpresa (de novo)).

Aí eu pensei: “Porra, comunistinha filho da puta, de certo arte é aquela apologia à bandidagem do Carandiru!!!”. Se tem um filme nacional que consigo detestar na proporção que gostei do “Tropa”, foi o tal do Carandiru. Como o filme é um “jail movie” eles não poderiam dizer que os presos eram inocentes, mas todo mundo tava ali por um bom motivo: Era o negão malandro (porque brasileiro que se preza é malandro, e malandragem por aqui é qualidade (SARCASMO!!!)) que tinha duas mulheres e vivia numa boa; o coitadinho que foi preso defendendo a honra da irmã; a dupla de ladrões de carro forte que se desentenderam por causa da mulher de um deles (e que era uma piranha, senão a amizade bandida sobreviveria. Que lindo! (mais sarcasmo)); o travesti desengonçado com seu namoradinho nordestino abobalhado, entre outros, todos sob a “prudente” jurisdição de um detento “de mais conceito” que aplica a lei do cárcere.

Agora vamos por partes: Primeiro: “presos coitadinhos”. Ah, me poupe né, aquele lugar só tinha bandido da pior espécie, era um verdadeiro aglomerado de vagabundos. Segundo: Lei do cárcere uma balela, o chamado “Direito Paralelo” que rege os detentos é só um modelo importado dos EUA, adaptado no Brasil para que os traficantes mantivessem sob controle seus “funcionários”, ainda que presos. A única cena legal do filme é a operação (que insistem em chamar de massacre) comandada pelo Coronel Ubiratan (que infelizmente já se foi), e ainda assim foi completamente maquiada. A impressão que se tem é: “coitadinhos dos presos, tavam lá batendo uma bolinha, saiu uma treta de jogo, coisa de futebol, e logo chamam o choque, só pra aterrorizar os presos”. De trás pra frente agora: Aterrorizar!?!?!?! Tudo bem, que seja. Então a bandidagem pode aterrorizar a sociedade, mas quando eles estão lá “jogando um futebas” (enquanto a maioria da população decente está trabalhando duro pra levar pão pra casa) tem que respeitar? Claro né, eles são marginalizados pela sociedade e escolheram essa vida porque era a única perspectiva de crescimento, coitados (sarcasmo ao extremo)... E voltamos aos “coitados dos presos”, afinal eles só tinham pedaços de pau e ferro, ninguém tava armado “de verdade”, enfim, foi uma covardia da polícia. Se você realmente acredita nisso, queridão, manda uma carta pro papai Noel, pedindo a paz mundial no natal, quem sabe você é atendido.

Terminado esse texto, reitero: “Viva o choque!!!” e “Caveira, porra!!!” e saio cantando: “Homem de preto, qual é sua missão”...

Volto a qualquer momento ou nunca mais...